Estamos
como árvores, arraigados ao solo. Supostamente estabelecidos em um lugar
especifico do tempo e do espaço. E é justamente quando acreditamos que estamos
seguros em nosso próprio ambiente, que os ventos da mudança se aproximam. E
eles nunca são amáveis.
Com
uma mão poderosa e assustadora retiram a nossa raiz do solo e sopram a nossa
confiança para longe. Tudo fica abalado. Principalmente a árvore da nossa vida.
Certos frutos e flores não sobrevivem à tempestade. E a ventania faz com que
sejam deixados para trás. Nem sempre para serem esquecidos. E talvez esse
constitua um dos maiores problemas causados pela mudança.
Vagamos
em meio aos ventos, em um meio equivocado. Desprotegidos da certeza. E de
qualquer certeza. O medo e o mistério que pairam no ar em algum momento
começarão a cheirar mal. É quando chega o tempo de renascer. Porque apesar de
tudo, não haverá oportunidade melhor.
O
que acontece com a árvore quando sua raiz é retirada do solo?
O
que é necessário para nascer de novo?
Para
duas perguntas, uma mesma resposta: Morte. É equivalente. Não que o injusto
mundo se importe muito com isso. Mas somos nós que temos a tendência de
esquecer que para renascer, é preciso, primeiro, morrer. Mudanças causam
mortes. A morte do que passou.
A
nossa raiz é, então, fincada em uma nova terra. Teremos de nos acostumar as
condições climáticas e ao tipo de solo do nosso novo lugar. Adaptação. Não é a
isso que se resume?
Há
dias e dias em que nosso céu já amanhece pintado de cinza. É fácil acreditar
que ele jamais mudará de cor. É fácil acreditar que as nossas raízes nunca
serão desarraigadas e que permaneceremos, para sempre, estagnados em um mesmo
lugar. Mas felizmente, as coisas mudam. Elas sempre mudam.
Para o bem, ou para o mal, as coisas sempre mudam. O bom disso, é que às vezes essas mudanças nos levam a ser melhores do que antes, mais fortes do que antes e - porque não? - mais felizes do que antes. Amei o texto Lud. Bom trabalho garota.
ResponderExcluirXoXo
Mudanças são ambíguas. Podem ser tanto boas quanto ruins. Na verdade elas são neutras. Depende da forma como as interpretamos, como as aceitamos, como lidamos com elas. Tudo é variável. Mas uma mudança não ocorre do nada. O chão pode sim desabar de uma hora para outra. Mas é apenas porque não notamos sua rachadura antes ou os tremores de terra causados pela desconfiança.
ResponderExcluirMudanças dão medo. E muito. Mas são parte da vida. Estamos em constante movimento. Tudo é ciclo e temos de aprender a lidar com isso.
Ainda bem que tudo muda. ;)
Bjo!
http://miasodre.blogspot.com.br/
Adorei o texto. A morte é tão natural quanto a vida. Ela estás presente em todas as fases de todas mudanças que podemos imaginar. Todo movimento nasce da morte de uma posição estática. As mudanças, de uma forma geral, são contraditórias à vontade de permanecer do homem.Afinal, não somos mais seres errantes. Somos seres sociais e de sociedades fixas. Eu acho que fujo um pouco a regra. Talvez por nunca ter tido um grande número de amigos ou apego familiar demasiado. Minhas raízes, como disseste tão bem no texto, são um pouco mais superficiais. Amo a mudança. salpage.blogspot.com
ResponderExcluirTinha a impressão de que o seu texto tem a ver com mudanças de casa,cidade,etc.
ResponderExcluirOlha, eu nunca tive que me mudar. Mas, penso que deve ser complicado pra quem já tem uma vida, amigos, etc. Mas, é fato comprovado que as mudanças sempre surgem, seja para melhorar ou piorar as coisas.
No meu caso, felizmente mudam. Tô precisando de mudanças e da morte da minha rotina parada para uma mais 'agitada'. Eu nunca parei pra pensar nisso também, que para renascer, precisamos morrer. Já presenciei a morte de certas coisas na minha vida,não necessariamente pessoas,mas a morte de um pensamento, de um desejo, de um sonho, de algumas atitudes, enfim. Mudanças sempre vêm, e nós sempre temos que nos adaptar, e sobreviver á isso.
ResponderExcluirBeijos
http://mon-autre.blogspot.com/
Hm, eu não gosto de mudanças. Geralmente, elas não são boas pra mim. Mas, tenho consciencia de que são necessárias...É a vida, e cabe a nós aceitar e reagir às consequências das mudanças, sejam boas, sejam ruins. É claro que sempre aguardamos as boas, não?
ResponderExcluirBjs!
http://qualquerlink.blogspot.com
Oi querida,
ResponderExcluirGosto de uma frase de Keynes, economista que fala que a única certeza é que a longo prazo estaremos mortos. Assim, a mudança é significante e necessária, mas as vezes dolorosa. Talvez seja esse o sentido da vida.
Beijos.
Lu
Verdade, né? Infeliz e felizmente as coisas mudam. Às vezes as mudanças são encaradas como negativas ou positivas, só depende de como a gente enxerga o período que veio antes delas. Claro que pra renascer é preciso morrer, mas será que morrer é tão ruim assim?
ResponderExcluirVejo em cada mudança uma oportunidade de me inventar de novo. Sem necessariamente precisar me decompor, me recomponho. Por que a arte de viver é isso, né? Juntar cada peça à nota musical correta. Sonata perfeita a gente nunca acha, mas se achasse não precisava viver.
Um beijo, mulher!!
L.,
ResponderExcluirlendo o teu post fiquei pensando no quanto a mudança pode ser favorável para que sejamos pessoas melhores, não no sentido de "boas pessoas", necessariamente, mas maduras, com potencial para subsistir aos dias vermelhos. Mas é curioso que este é um assunto denegado por tantas pessoas, as quais é temível um lugar que não o mesmo, o local-comum de todos os dias.
Brilhante o modo metafórico e real com que abordaste o tema. Identifiquei-me muito com este trecho: "Certos frutos e flores não sobrevivem à tempestade. E a ventania faz com que sejam deixados para trás. Nem sempre para serem esquecidos. E talvez esse constitua um dos maiores problemas causados pela mudança."
Uma linda tarde! <3